Au Brésil, étudiants et bibliothécaires se dénudent pour financer un espace culturel dédié à la diversité

>> Bibliotecários tiram roupa e posam nus para financiar biblioteca LGBT

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Pour financer la construction d’une « bibliothèque de la diversité » et favoriser « le dialogue entre les minorités religieuses et sexuelles », des bibliothécaires et étudiants brésiliens ont joué l’audace en prenant la pose pour un calendrier sexy.

« Il fallait faire quelque chose pour attirer l’attention, sensibiliser à la cause et lever des fonds. Nous avons choisi de briser les stéréotypes en tombant le costume », explique Christian Santos, un bibliothécaire de Brasilia, à l’origine de l’initiative.

Il y a deux ans, il a découvert dans un journal local « qu’un homosexuel était assassiné toutes les 28 heures au Brésil : un véritable choc ! »
Il a également con
staté qu’il n’existait pas non plus de « lieu dédié » pour évoquer ces questions associées, permettre une ouverture en favorisant l’éducation du plus grand monde et la protection de la diversité sexuelle : « imparable pour combattre la violence et l’exclusion. »

Dénonçant les politiques sourds à ses requêtes, il espère ainsi pouvoir réunir quelque 700 000 réaux brésiliens, soit un peu plus de 160 000 euros, pour acheter un immeuble dans le sud de Brasilia et concrétiser cette avancée.

« Nous avons reçu des dons d’ouvrages, de nombreuses entreprises ont également relayé l’information. Et des auteurs LGBT se sont ralliés à la « coalition » » mais, si le projet aura éveillé les sensibilités bien au-delà des prévisions, les fonds ne suivent pas encore.

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Les premiers exemplaires du calendrier ne sont pas encore épuisés : on peut le commander par mail.

Terrence Katchadourian
stophomophobie.org

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>>  Precisando arrecadar fundos para construir a Biblioteca da Diversidade, um espaço destinado a fomentar o diálogo entre minorias religiosas e sexuais, 12 bibliotecários e estudantes tiraram a roupa e posaram nus para um calendário. Os modelos, de sete Estados diferentes, posaram voluntariamente.

A ideia do calendário é do brasiliense Cristian Santos, ex-vendedor de cocadas que conquistou cinco diplomas e virou servidor público. De acordo com ele, o calendário serviu para chamar atenção para o projeto e também quebrar estereótipos. « Tinha que fazer algo que sensibilizasse as pessoas para a causa e pudesse realizar doações. Escolhi homens para quebrar o estereótipo que existe no próprio meio de que apenas mulheres trabalham na área », diz.

Até o momento, quase todos os 300 exemplares (com o preço de R$ 50) foram vendidos. Porém, Cristian (que realiza as vendas e entregas) diz que a repercussão tem ido além da venda direta. « O calendário serviu para as pessoas conhecerem a nossa ideia. Já recebemos doações de livros e até algumas empresas já conversaram com a gente. No exterior, já saíram matérias sobre a iniciativa na França, México, Espanha, Chile e Colômbia », afirma.

ALe-calendrier-sexy-des-bibliothécaires-brésiliens-stop-homophobieutores LGBT também já se ofereceram para pesquisar e levantar um acervo sobre o gênero no Brasil. « Eles ofereceram obras e também acharam interessante a ideia de se pesquisar sobre assunto no Brasil. Além disso, teve gente que também se ofereceu para posar para um eventual calendário 2017 », conta.
Espaço para discutir a intolerância

Caso o calendário dê certo, a Biblioteca da Diversidade será um espaço para discutir intolerância sexual e religiosa. Além de atender o público LGBT, o espaço também visa contemplar religiões que sofrem preconceito como, por exemplo, as de matriz africana. « A cada 28 horas um homossexual é assassinado no Brasil. No ano passado, vários terreiros de candomblé sofreram invasões. Por isso, queria criar um espaço onde essas minorias poderiam ler e não sofrer preconceitos », diz Cristian.

« Inicialmente, gostaríamos de arrecadar R$ 2 milhões para a compra de um espaço na Asa Sul (área central de Brasília). Sei que é ambicioso, mas não custa sonhar », diz o bibliotecário. Até o momento, Cristian reúne um acervo de livros em sua casa. Todos os custos do local são arcados do bolso do bibliotecário (que trabalha na Câmara dos Deputados): « No momento, tudo funciona na minha casa. Mas queria um espaço com café e toda infraestrutura ».

A ideia que está sendo colocada em prática vem de alguns anos, quando o bibliotecário ainda era estudante: « Quando estava na UnB, presenciei uma coisa que me chocou: uma menina lésbica pegou um romance LGBT. Ela não viu, mas eu vi a bibliotecária fazer caras e bocas. E tudo o que eu quero é um espaço para que isso não aconteça ».